Solar localizado em Castelo Branco, na zona histórica da cidade.

Solar localizado no centro de Castelo Branco, mesmo na zona histórica da cidade.

É constituído por 3 edifícios de séculos distintos (XVI, XVII e XVIII), interligados entre si, sendo que todos necessitam de obras de recuperação.

O Solar, com uma área de construção de 3.000m2 e uma área total de 4.200m2,
compreende:

. Cave: com 9 divisões.

. R/C: com 3 quartos, 5 salas, WC, cozinha, + 16 divisões para adaptar

. 1º Andar: com 6 quartos, 9 salas, 3 WC's, cozinha, + 8 divisões para adaptar

. 2º Andar: com 6 quartos, 2 salas, sótão, + 7 divisões para adaptar.

Solar com enorme aptidão para unidade hoteleira, tendo sido feito um estudo prévio
que lhe conferiu capacidade de 32 quartos.
Curiosidades:
. este Solar foi utilizado nas gravações do filme "O passado e o presente" de Manoel de Oliveira, em 1971.

. o jardim tem grandes dimensões e espaço para diversos aproveitamentos.

. o Solar apresenta azulejos com mais de 300 anos em diversas divisões da casa.


Descrição pormenorizada do Solar

A) Localização dentro de Castelo Branco:

Tomando como centro de Castelo Branco a localização da Câmara Municipal de Castelo Branco, a casa fica a cerca de 200 metros da Câmara, a cerca de 200 metros do Governo Civil.
Relativamente ao Museu de Castelo Branco, a casa situa-se a cerca de 500 metros do mesmo.
Quanto ao Jardim do Paço do Bispo, a casa fica a cerca de 400 metros.
Fica a cerca de 100 metros da Sé Catedral de Castelo Branco.
Fica a cerca de 50 metros do Arquivo Distrital da Castelo Branco.
Situa-se a cerca de 50 metros da Casa do Arco do Bispo.
É possível aceder ao Castelo percorrendo 10 minutos a pé em subida.


B) Aspetos diferenciadores (Azulejos, granitos, jardim, ter algum episódio da história de Portugal, se é património classificado):
O Todo consta de 4 casas, contíguas e ligadas entre si:
1ª Casa – Torreão (do século XVII), tem rés-do-chão; dois andares e forro.
2ª Casa – Uma longa e grande casa (composta por rés-do-chão, um andar e forro), prolongando o Torreão e a ele ligada; Esta segunda casa poderá ser do século XVIII, sendo que, exceto na Capela que fica no Torreão, é sobretudo nesta casa que existem os painéis de azulejos do século XVIII descritos no livro «Azulejaria em Portugal no século XVIII» de J.M. dos Santos Simões, edição de 1979, da Fundação Calouste Gulbenkian.
3ª Casa – Esta terceira casa, mais pequena do que as outras, e em mau estado de conservação, compõe-se de rés-do-chão, dois andares e forro. Funciona nela, atualmente, uma Drogaria. É uma casa sem dúvida do século XVI, o que se reconhece de imediato pela característica das portas de granito biseladas (porquanto esse biselado da cantaria das portas é uma típica característica das casas do século XVI). Além disso, esta casa tem no rés-do-chão, onde funciona a Drogaria, arcos-de-volta-inteira (também típicos do século XVI) em granito muito interessantes, recentemente valorizados visto que postos a descoberto.
O 1º andar desta casa (do século XVI) está inteiramente ligado ao Torreão (do século XVII).
4ª Casa – Esta quarta casa, contígua à casa do século XVI, é mais pequena e mais baixa do que ela; quanto à época a que pertence, é também do século XVI
Interiormente, também tem arcos-de-volta-inteira (típicos do século XVI) arcos dos quais apenas as molduras de granito se encontra a descoberto, bem como cantarias de granito biseladas.
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A entrada da casa é feita através de um pátio murado a granito, com gradeamento em ferro verde e piso em calçada portuguesa.
As janelas que dão para a rua, bem como as que dão para o jardim, têm moldura de granito.
A entrada principal é composta por uma escadaria (14 degraus) em granito, cujo corrimão e balustrada são também em granito, com um pé direito equivalente à junção do 1º e do 2º andar, nesta entrada existe uma pia de água benta também em granito. O teto tem pinturas e é em masseira.
No primeiro andar existem três salas com painéis de azulejos, Bica do Sapato (Sec. XVIII), um deles representa uma cena que está incluída no livro “Azulejaria em Portugal no Século XVIII de J. M. dos Santos Simões, edição de 1979, da Fundação Calouste Gulbenkian, encontrando-se aí referência à casa e aos azulejos a qual é feita nos seguintes termos:
«Casa Nobre (na Rua João Carlos Abrunhosa, nªs 50-52)
Verdadeiro palácio urbano, conservam-se nesta mansão os azulejos das três salas e da capela:
Sala de entrada (no eixo do jardim): Dois painéis maiores e oito pequenas guarnições ornamentais de 8 azulejos de alto, centro manganés, com cenas de jardins.
Sala do norte: Silhar da mesma altura, com quatro painéis maiores e oito guarnições de cantos. A decoração é a mesma, representando a parte central figurada, de pintura azul, as Quatro Estações do Ano, legendadas: OVTONO, PRIMAVER, INVERNO e ESTIO, este encoberto por um grande espelho.
Salão Nobre: Silhar da mesma altura com dois grandes painéis (32 azulejos de comprimento), dois menores e oito guarnições de cantos. Mesmo tipo ornamental dos enquadramentos, centros manganés com paisagens tiradas de gravuras, talvez de Vernet, ou pelo menos no seu estilo.
Capela: silhar de 7 de alto. Aqui vemos um painel grande, de 26 azulejos de comprimento, e mais dois ladeando a porta. O resto das paredes é coberto com guarnições. As cercaduras polícromas são de um concheado mais simples. Os centros azuis figuram cenas de ermitões, vulgares. Todo o desenho faz lembrar ainda o da época da grande produção de 1750-60.
Esta azulejaria passa por ser da Fábrica da Bica do Sapato e, segundo me informou o Sr. Dr. Luís Pinto Garcia, existiu o documento comprovativo da compra àquela Fábrica. Ignora-se, porém, o destino que levou! Estilisticamente os azulejos serão da época que se coloca cerca de 1770-80.»
Existem ainda mais dois painéis de azulejos no exterior da supra referida sala de entrada, voltados para o jardim, que não constam do livro porque, quando o autor visitou a casa os mesmos não lhe foram, por esquecimento, mostrados.
As três salas, com azulejos, têm os tetos com pinturas. São também em masseira.
A capela tem um altar em talha dourada.
A antiga sala de jantar tem uma lareira em granito forrada a madeira e teto de madeira, também em masseira.
A sala seguinte à sala de jantar, tem uma lareira em granito e teto em madeira (cor de madeira) também em masseira.
Uma das salas com painéis de azulejo, tem também pinturas nas paredes.
Uma das salas que tem os painéis de azulejos, tem uma porta de acesso à escadaria do jardim.
No topo da escadaria, de cada lado da porta estão os referidos painéis de azulejos que não constam do supra mencionado livro.
A escadaria é em granito. No fundo da escada existe um tanque em granito.
No jardim existem quatro bancos de granito inseridos em canteiros.
Os canteiros são também debruados a cantaria de granito.
No fundo do quintal, por baixo dos limoeiros, existem mais dois bancos corridos, em granito.
A grande maioria das portas e janelas da casa, tem molduras de granito, quer para o exterior (todas, com exceção de três janelas do 2º andar que dão para o quintal) quer para o interior (as que não são em granito, são em madeira).
Em algumas divisões, as janelas têm também bancos em granito.
Na parte antiga da casa, nas traseiras existe um pátio com um poço em granito e um depósito de água em granito, um tanque de lavar a roupa moderno, um galinheiro moderno, um nicho em granito (antigo), dois compridíssimos bancos antigos em granito. O acesso a esse pátio é feito por duas escadarias de serviço com saída uma a partir da atual cozinha do primeiro andar e outra da cozinha velha do mesmo primeiro andar, na qual existe uma chaminé que pode ser considerada como lareira.
Dando para este pátio antigo há múltiplas portas de várias outras partes da Casa (aliás das casas, isto é: do Torreão e da casa do século XVI).
Uma das divisões que dão para o dito pátio tem arcos de cantaria muito antigos, interessantes e até arquitetonicamente “intrigantes”; os quais se encontram semi-encobertos. Há ainda, dentro desta divisão, uma espécie de bebedouro para animais, antigo, também em cantaria.
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Foi filmado na casa o filme “O Passado e Presente” de Manoel de Oliveira, baseado numa peça de teatro, com o mesmo nome, escrita por um dos proprietários da casa.


C) Características do espaço (áreas, nº de divisões, nº de lareiras, etc):
Áreas e Dimensões (das 1ª e 2ª Casas):
Área Total do terreno ___________________________ 4.177,00 m2
Área de implantação ___________________________ 1.209,00 m2
Área do Logradouro/Frente 1º Andar ________________ 218,00 m2
Área do Jardim ________________________________2.272,00 m2
Área do Logradouro Interior _______________________ 478,00 m2
Área da Cave __________________________________ 226,00 m2
Área do R/Chão _________________________________997,00 m2
Área do Alpendre _________________________________73,00 m2
Área do 1º Andar ________________________________ 997,00 m2
Área da Varanda _________________________________ 10,00 m2
Área do 2º Andar ________________________________ 358,00 m2
Área das Varandas _________________________________ 7,00 m2
Área do Forro ___________________________________ 997,00 m2

Áreas e Dimensões (da 3ª Casa):
Área do Terreno ___________________________________ 130,00 m2
Área do R/Chão ___________________________________ 130,00 m2
Área do 1º Andar __________________________________ 130,00 m2

Áreas e Dimensões (da 4ª Casa):
Área do Terreno __________________________________ 103,00 m2
Área do R/Chão __________________________________ 103,00 m2
Área do 1º Andar _________________________________ 103,00 m2
Área do 2º Andar _________________________________ 103,00 m2

Número de divisões – ver plantas anexas.
A casa tem acesso direto a partir de duas ruas: a Rua João Carlos Abrunhosa (para a qual dá o pátio murado a granito da entrada principal) e a Rua do Pina.
Tem ainda acesso através do Jardim/Quintal através da Rua do Rei D. Dinis (esta Rua atualmente é vedada ao trânsito, exceto para acesso à referida entrada para o Jardim/Quintal).


D) Estado de conservação:
Uma parte da casa (o rés-do-chão) encontra-se em estado de conservação adequado à habitação.
O jardim encontra-se pouco tratado.
Parte do 1º andar encontra-se habitável, encontrando-se a restante parte fechada e desocupada há bastante tempo.
O 2º andar encontra-se em razoável estado de conservação.
O sótão encontra-se fechado e desocupado há bastante tempo.